segunda-feira, 21 de novembro de 2011

E NAS ESCOLAS, COMO FICA?

PROFESSORES FALAM SOBRE A TEMÁTICA DO NEGRO E DO ÍNDIO NAS ESCOLAS BRASILEIRAS

ENTREVISTA E CONSIDERAÇÕES

Vanessa ,em sua opinião qual é o efeito do aprendizado da cultura africana no que se diz a respeito de seus ritos religiosos em alunos cujas as comunidades são dominadas por cultos pentencostais protestantes ?
Tendo como exemplo a comunidade em que trabalho, os efeitos foram péssimos. Quando a temática chega na Religião Afro, parece que foi falado algo errado. A comunidade possui maioria evangélica e foi feito um abaixo assinado para que os alunos não aprendessem nada sobre a "Religião do Demônio". Se uma criança pode aprender sobre deuses gregos, egípcios; poque não pode ouvir nada sobre os deuses africanos?
Deveríamos ter professores mais preparados para essa temática, pois muitos não sabem o que, nem como ensinar sobre Cultura Afro e Indígena. As escolas poderiam fazer reuniões com suas comunidades, explicando os motivos da criação dessa lei para os pais, pois muitos não tiveram a oportunidade de ver isso na escola. 

A ignorância deve ser combatida com informação .

1º Informar sobre religiosidade não significa cultuar .
2º Orixás e exús não são Demônios , pois o mesmo é uma figura de origem Cristã ,e não africano .
3º O Estado é laico mas a cultura popular é patrimônio de todos .
4º As matrizes africanas e indígenas são tão importantes quanto a européia .
5º A democracia é construida com o respeito aos direitos e deveres de todo e qualquer cidadão , seja ele : branco , negro , índio , cristão ou não .
6º O estudo de outras culturas é vital para compreender-mos o pensar e o agir de nossos semelhantes .

O Negro e o Índio na História do Brasil

por Maxwell Schiavon

O Brasil foi “descoberto” pelos portugueses, que por sua vez foram os responsáveis pelo grande “progresso” vivenciado pelo país nos séculos seguintes. Os índios eram “preguiçosos” e por isso não queriam trabalhar, sendo assim foi preciso buscar escravos na África que por sua vez eram “passivos” e aceitaram mais facilmente serem escravizados. E assim, a história do Brasil costuma ser contada, cheia de preconceitos e julgamentos etnocêntricos a respeito dos povos indígenas e de origem africana.

Sob que lógica podemos sustentar a visão de que a nossa cultura é superior a indígena, se a nossa forma de organizar a sociedade é geradora de problemas sociais em escala muito maior que a dos índios? Porque achamos que os indígenas deveriam obedecer e trabalhar para o homem branco, se o fruto de seu trabalho seria retirado de suas mãos? Porque dizemos que o Brasil foi descoberto pelos portugueses, se antes da chegada deles já havia habitantes que reproduziam suas vidas e sua cultura?
           
Como negar o legado de lutas dos quilombolas e o símbolo de resistência construído por Zumbi dos Palmares e seus aliados? Um povo que mesmo estando em uma terra totalmente desconhecida se negou a aceitar a submissão ao interesse dos europeus escravistas.

            Vale aquela máxima que diz que no fim de uma guerra, o ponto de vista do vencedor é sempre o que prevalece. No Brasil, esse vencedor é o escravista branco, que ainda hoje sustenta na desigualdade social a herança de anos de extermínio e exploração dos povos indígenas e negros. Nunca existiu entre esses povos uma coexistência pacífica, na qual as três raças se protocooperaram a fim de construir um progresso comum. Isso porque esse progresso comum nunca existiu.
           
            Ainda hoje os negros ocupam as periferias das zonas urbanas, são os principais alvos da violência policial e do preconceito social. As religiões, a dança, a forma de se vestir, e praticamente todas as áreas da cultura negra sofrem preconceito. Já os poucos grupos indígenas que sobreviveram ao massacre dos povos europeus, ainda hoje estão em luta para garantir o direito a manter suas comunidades contra a ganância de latifundiários e grandes empresários que querem cada vez mais expandir seus impérios agrícolas.

            Sob esse quadro, diversos movimentos negros, indígenas e da sociedade em geral, reivindicam direitos a estes grupos que foram historicamente explorados. A lei que garante o ensino da cultura indígena e negra é fundamental como forma de se construir uma nova sociedade, onde o preconceito e a visão etnocêntrica herdada de povos europeus dêem espaços a voz destes grupos. Que os negros e os índios possam apresentar a sua versão da história!

A educação como forma de vencer preconceitos

por Fernanda Novaes Cruz

Basta conhecer um pouco da história brasileira, para identificarmos a marginalização de determinados grupos culturais, seja por questões étnicas ou raciais. Neste ponto, merece um destaque especial a questão dos negros e indígenas.
Séculos já se passaram desde o período de dizimação e doutrinação indígena realizado durante a Colonização do Brasil, e pouco mais de um século nos separa da Abolição da Escravidão. Mas será que esses grupos já foram efetivamente colocados em grau de paridade com os demais grupos? Evidente que não.
Para tal, basta entrar nos corredores de uma universidade, de uma repartição pública e afins e perceber que negros e índios, ainda fazem parte da minoria.
Mas nem tudo é como antes, felizmente, graças a ação de movimentos sociais e de determinados órgãos e pessoas, são cada vez maiores as iniciativas de inclusão das minorias. Porém, ainda existe um problema talvez até maior do que a inclusão de fato, o preconceito, ainda existente em pleno século XXI.
Como forma de destruir o preconceito, vejo apenas uma saída, a educação. Neste ponto é louvável medidas como a lei que obriga o ensino da cultura afro e indígena nas escolas. É este o objetivo do nosso blog e do nosso curta-documentário, levar para dentro da Universidade esta discussão. Esta lei está realmente sendo cumprida? Os professores conhecem essa lei? Como os alunos recebem esses novos conteúdos? Estas são questões que merecem espaço não apenas neste blog, ou na matéria de Psicologia da Educação, mas em nossa formação como cidadãos.
Por fim, encerro com o pensamento do antropólogo Fredrik Barth: " Por mais frágeis e pouco reconhecidos que possam ser os pontos em comum, é com eles que devemos começar, sempre pretendendo expandí-los progressivamente mediante a exploração de questões compartilhadas. Somente assim, as dicotomias das fronteiras étnicas podem ser superadas, por meio do foco em vidas inteiras e na continuidade da variação cultural que atravessa a sociedade mais ampla."

Do Afrozilamento e Do Exterminíndio

Há mais de quinhentos anos
Esperando a ordem trazer o progresso
Segue o negro, segue o índio
Segue o trabalhador

Segue sem direito ao chão
Que à luz da natureza cultivou
Colhendo as consequências do ódio
Que o branco nestas terras semeou

Segue um grito de revolta
Que antes enfrentou a chibata
E após tantos anos
O cano vil da polícia que mais mata

E após tanta dor
Fica mesmo a certeza
De que segue-se na morte
A raiz dessa riqueza

E segue o trabalhador
Índio, negro ou branco
Lutando por paz e liberdade
Por respeito e igualdade

Por obter da sua história
De tanto sangue e suor
Não ter mais pela metade
O direito de chorar
Também de felicidade


Maxwell Schiavon

domingo, 20 de novembro de 2011

Salvador é declarada a Capital Negra da América Latina

      No dia 19 de Novembro de 2011 terminou o 21º encontro Ibero-americano de Afro descendentes, onde representantes da América Latina, África e Caribe criaram o fundo de combate ao racismo e Salvador foi declarada a Capital  Negra da América Latina.
leia + na reportagem do JN. em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2011/11/salvador-ba-e-declarada-capital-negra-da-america-latina.html.
 Enviada por Silvia C. Paschoal.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

NOTÍCIA:
   Aulas sobre a história e cultura afro-brasileira e indígena passam a ser obrigatórias nas escolas.

"O conteúdo programático da disciplina incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil. Também será valorizado o papel do negro e do índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil."

Notícia Completa:
 http://oglobo.globo.com/educacao/mat/2008/03/11/aulas_sobre_historia_cultura_afro-brasileira_indigena_passam_ser_obrigatorias_nas_escolas-426180474.asp
 Por: Débora Neiva, Thaiane Barbosa.